A Cidade e as Casas

Chove.

Da mesa à janela, vê-se as casas do outro lado da rua, tão estreita que parece poder-se tocar nelas.

O olhar sente o toque frio dos azulejos, as texturas molhadas do reboco, do alcatrão, da pedra – camadas um dia sobrepostas para proteger gente e que agora se despedaçam lentamente, entregues à erosão da chuva, às vezes com gente dentro.

Os estrangeiros que passam na rua, abrem muito os olhos, estranham… Perguntam: terá sido a guerra? A revolução? Apaixonam-se pelas casas. Querem comprá-las, recuperá-las. Resgatá-las do cenário trágico e romântico de uma cidade arruinada.

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