Em frente à tua porta, há uma casa antiga abandonada.
Numa noite de lua cheia, desce a escada, atravessa a rua e espreita pelo vidro partido da janela.
Vais ver uma grande sala vazia. Os buracos negros, nos tectos altos de estuque, são tudo o que sobrou das tempestades de estrelas que nela deixaram de brilhar há já muito tempo.
A casa está serena. Aguarda, expectante, um recomeço. Mas hoje quer apenas sentir a pele macia das paredes molhada pela luz da lua que entra pela janela. E dormir a seguir, de alma lavada.