A Cidade e as Estações

É uma manhã de Verão. Abres as portas para o pátio e o sol inunda a casa toda.

Regas as plantas do jardim. A água molha-te os pés descalços na pedra, lava-te os pensamentos.

Comes framboesas, colhidas com cuidado por entre os espinhos, fofas na boca como veludo, o sol quente a lamber-te as mãos.

Quando o Inverno chegar e o sol já não conseguir espreitar por cima do muro, vai ser bom acender o fogo e ouvi-lo crepitar…

Mas agora, um outro som atravessa o fogo do sol, desperta o teu olhar e atrai-o como um íman para a copa azul de uma árvore: é o canto molhado de um pássaro, um chapinhar feliz na pedra fresca da manhã.

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