A Cidade e as Estações

Era uma noite de Primavera, mas ainda chovia, adormeceste com o som da chuva a lacrimejar à janela.

De manhã, o sol entrou no pátio e veio chamar-te a casa. Abriste a porta e sentiste o ar fresco na cara. Cheirava a flor de laranjeira.
Seguindo o caminho desenhado pelas manchas de água do pavimento, chegaste ao jardim. As ervas estavam coroadas de orvalho e as gotas de chuva, aprisionadas nas teias de aranha, cintilavam. As abelhas voavam em volta das plantas, brilhantes como fadas.

O jardim era um mundo à parte dentro da cidade, cruzado pelo canto dos pássaros e cercado pela cortina de vapor que subia dos muros de pedra aquecidos pelo sol.

Inspiraste fundo e um aroma distante a mar trouxe-te a promessa de mais um Verão.

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