Vindas de todas as partes da cidade, as silhuetas negras das gaivotas cruzam o céu cor de fogo do fim de tarde, no seu êxodo diário em direcção à praia.
O fogo do por do sol reflecte-se nos olhos negros das gaivotas e nos prédios novos de vidros espelhados.
Nas janelas antigas, vemos acenderem-se luzes amarelas, como novos focos desse incêndio, que se espalham pelos monumentos e pelas casas.
Ficamos na cidade. Aquecemo-nos em volta das suas luzes. Não temos asas.