A Cidade e as Ilhas

Apercebíamos-nos delas de relance, ao passar por um velho portão de ferro, entreaberto para o passeio.

Prolongavam-se infinitamente por uma rua estreita, cruzada por crianças que jogavam à bola e por pessoas que entravam e saíam de casas muito pequenas e antigas, com vasos de flores à porta.

Eram como pequenas cidades paralelas, em lenta degradação, que só os laços humanos, forjados durante gerações, pareciam manter de pé.

Depois, os filhos, os netos e os bisnetos saíram para os subúrbios… Os mais velhos, foram desaparecendo e a maior parte das casas ficou vazia.

Algumas acolheram imigrantes, que as povoaram com novas músicas, palavras e cores.

Agora, recuperam-nas, para arrendar a turistas. Working class housing, very typical.

São ilhas – paradisíacas – redescobertas no centro da cidade.

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