Quem chega à cidade pelo caminho-de-ferro, encontra uma praça rasgada pelo ruído dos carros e dos semáforos que comandam os peões apressados.
“Aqui, antes, passava um rio!” – Berra a guia turística. E onde agora gritam os comboios, havia monjas e o som das rezas misturava-se com a canção cristalina da água, no claustro de pedra.
Agora, de um lado e do outro, seis ruas, como seis rios, confluem para a praça. Lado a lado, subindo e descendo, levam as pessoas a todos os lugares da cidade.
Entre elas, os edifícios, são como popas de barcos petrificados, atracados no porto que é a praça.
O nome dela, poucos o sabem, mas é o do poeta que um dia escreveu:
“Tenho visto alguma coisa do mundo, e apontado alguma coisa do que vi. De todas quantas viagens porém fiz, as que mais me interessaram sempre foram as viagens na minha terra.”