A Cidade e os Dias

É bom andar na cidade ao domingo. Caminhar no meio da rua, sem medo dos carros, acompanhados pelo som dos nossos passos.
Quando os escritórios, as lojas e os bares estão fechados, cruzamo-nos com os verdadeiros habitantes da cidade: a velhinha que alimenta os gatos do quarteirão, o sem-abrigo que partilha o pão com os pombos, o casal de namorados que toma café na esplanada da praça renovada. Depois da festa da noite passada, dormem longe os estudantes e os adeptos do clube da cidade.
No silêncio da manhã, ouve-se o som de máquinas fotográficas vindo de um autocarro que passa. Os turistas admiram, surpresos, o amontoado de casas desabitadas que, acabadas de acordar, desgrenhadas e com o banho por tomar, se espreguiçam ao sol.

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